terça-feira, 25 de dezembro de 2012

ARQUEOLOGIA BÍBLICA

Já foi encontrado o local de sepultamento de algum personagem da Bíblia?



Peregrinos do Domingo de Palma Peregrinos do Domingo de Palma dentro da Igreja do Santo Sepulcro.
Por toda a extensão do território bíblico existem diversas tumbas “tradicionalmente” atribuídas a vários personagens bíblicos, às vezes muitas para um único indivíduo! Em diversos casos, não há evidência histórica ou arqueológica para validar a identificação. No entanto, existem pelo menos sete ocasiões onde há fortes, senão conclusivas, evidências sobre a localização do local de sepultamento de uma pessoa, ou pessoas, descritas na Bíblia. Jesus

Igreja do Santo Sepulcro, Israel

Igreja do Santo Sepulcro, Jerusalém

Na atual Jerusalém existem dois locais declarados como a tumba de Jesus: a Igreja do Santo Sepulcro e a Tumba do Jardim. Esta última foi identificada como a tumba de Jesus apenas no final do século XIX e carece de credibilidade histórica. Uma longa tradição, datada do primeiro século, atribui a tumba de Jesus ao local da Igreja do Santo Sepulcro na Antiga Cidade de Jerusalém. No século IV Constantino localizou o local da tumba abaixo de um templo romano do século II e construiu a igreja sobre o local. Esta igreja foi repetidamente restaurada e mantida pelos séculos desde então e é compartilhada por seis credos: Católico Romano, Ortodoxo Grego, Armênios, Sírios, Coptas e Etíopes. Caifás o Sumo Sacerdote

Ossuário de Caifás o Sumo Sacerdote

Ossuário de Caifás o Sumo Sacerdote

Caifás foi o sumo sacerdote por 18 anos, A.D. 18-36. Aparentemente, obteve esta posição através do casamento com a filha de Anás, chefe de um poderoso clã de sumo-sacerdotes ( João 18:13 ). Caifás é considerado vil por ter sido o líder na conspiração que culminou na crucificação de Jesus. Em uma reunião de líderes religiosos, Caifás declarou que "vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça a nação toda" ( João 11:50 ). Ele se referia à possível intervenção de autoridades romanas caso os ensinamentos de Jesus gerassem uma insurreição. Suas palavras foram proféticas no sentido em que Jesus morreu pelas pessoas, por todas elas do mundo, como sacrifício de expiação dos pecados. Após ter sido preso, Jesus foi levado à casa de Caifás e ali detido pela noite. Os guardas zombavam dele e feriam-no ( Lucas 22:63-65 ). Na manhã seguinte Ele foi interrogado e novamente agredido. Caifás lhe perguntou "És tu o Cristo (Messias), o Filho do Deus bendito?" “Eu sou”, Jesus respondeu ( Marcos 14:61-62 ). Caifás então entregou Jesus a Pilatos para ser julgado.
Após a crucificação de Jesus, Caifás continuou a perseguir a igreja primitiva, levando os apóstolos a líderes religiosos e dizendo-lhes: "Não vos admoestamos expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem (Jesus)." Pedro e os outros apóstolos responderam: "Importa antes obedecer a Deus que aos homens" ( Atos 5:28-29 ).
A tumba da família de Caifás foi acidentalmente descoberta por operários que construíam uma estrada em um parque ao sul da Antiga Jerusalém. Os arqueologistas foram então ao local em regime de urgência e encontraram 12 ossuários (caixas para ossos feitas de calcáreo) ao examinar o local contendo os restos mortais de 63 indivíduos. O ossuário mais ornamentado tinha a inscrição de nome "José filho de (ou da família de) Caifás." Este era o nome completo do sumo sacerdote que prendeu Jesus, documentado como Josephus (Antiguidades 18: 2, 2; 4, 3). No seu interior existiam os restos de um homem de 60 anos, que quase certamente pertenciam ao mesmo Caifás do Novo Testamento. Este memorável achado provê, pela primeira vez, os restos físicos de um indivíduo descrito na Bíblia.
César Augusto
Um grande político e administrador, Augusto reinou sobre o Império Romano de 27 A.C. a A.D. 14. Foi justamente Augusto que decretou o censo que levou José e Maria a Belém, onde Jesus nasceu ( Lucas 2:1-7 ). Augusto construiu para si mesmo um grande mausoléu em Roma, nas margens orientais do Rio Tibre, um quarto de milha a noroeste do Fórum Romano. Os restos mortais estão atualmente localizados no centro do Piazza Augusto Imperatore. O mausoléu possuía 285 pés de diâmetro e 143 pés de altura e tinha uma estátua do imperador em seu topo. Suas cinzas estavam em uma urna ao centro, enquanto as cinzas dos membros da dinastia foram colocadas em urnas em um corredor que circundava o salão. Embora algumas urnas tenham sido encontradas por excavações, as cinzas já haviam desaparecido há muito tempo.

Tumba dos PatriarcasA Bíblia relata que Sara, Abraão, Isaque, Rebeca, Lia e Jacó foram enterrados em Hebrom, numa caverna denominada a Cova de Macpela, adquirida por Abraão ( Gênesis 23 ). Segundo a tradição, esta caverna está localizada abaixo de Haram el-Khalil ("recinto sagrado do amigo do Deus Único Misericordioso") em Hebrom, e é atualmente uma mesquita muçulmana. Algumas referências datadas do período Helênico (segundo século D.C) atestam que este é o local autêntico de sepultamento dos Patriarcas. A caverna foi explorada pelos Cânons Agostinianos em 1119, sendo declarada a descoberta dos ossos dos Patriarcas nesta data.

Tumbas de Davi e SalomãoPor todo o período dos reinados, os reis de Judá foram enterrados na cidade de Davi. Na divisa sul da Cidade de Davi, ao sul da Antiga Cidade de Jerusalém, existem duas tumbas monumentais compostas de túneis que estudiosos acreditam ser as tumbas de Davi e Salomão. Infelizmente, estas tumbas foram danificadas por guerras posteriores de modo que nenhuma inscrição que poderia identificá-las permaneceu. Na mesma área existem diversas tumbas da Idade do Ferro, possivelmente pertencentes a outros reis de Judá.

Tumbas de Túneis

Tumbas de Túneis

O sepultamento de Uzias foi uma exceção aos costumes da época. Considerando que ele foi um leproso, não foi sepultado com os outros reis, mas " no campo de sepultura que era dos reis; pois disseram: ele é leproso" ( 2 Crônicas 26:23 ). Surpreendentemente, uma inscrição foi encontrada no Monte das Oliveiras em 1931, datada do primeiro século D.C que diz: "Aqui foram trazidos os ossos de Uzias, rei de Judá – não abra." Evidentemente, devido à sua lepra, os ossos de Uzias foram removidos do campo que pertencia aos reis e transferido para um local mais distante.
Ciro o GrandeCiro reinou no Império Persa de 559-530 A.C. Este rei é muito conhecido pela sua captura de Babilônia em 539 A.C. Já no século VIII A.C. Isaías previu esta derrota ( Isaías 45:1-3 ), e complementou dizendo que Ciro iria "libertar os meus cativos" ( Isaías 45:13 ). A libertação dos exilados judeus na Babilônia por Ciro não está documentada na Bíblia ( 2 Crônicas 36:22-23 ; Esdras 1:2-4 ), porém também está implícita no Cilindro de Ciro da mesma época. Este antigo registro relata que "Eu (Ciro) reuni todos os habitantes originais e lhes devolvi suas habitações."
Tumba de CiroCiro foi sepultado em uma simples tumba de pedra na periferia de sua capital Pasárgada, no moderno Irã. De acordo com o historiador Estrabo, sua inscrição já deteve os dizeres: "Oh homem, eu sou Ciro, o filho de Cambises, que fundou o Império da Pérsia, e rei da Ásia. Que este monumento não me cause rancores." (Geografia xv.3.7).

Dario I o GrandeDario I foi rei do Império Persa de 522 a 486 A.C. Este rei concedeu permissão para reiniciar a reconstrução do Templo ( Esdras 6:1-12 ), que foi anteriormente adiada por 10 anos. É de sua propriedade a primeira das três monumentais tumbas esculpidas no rochedo próximo à capital persa Persépolis, no Irã. A inscrição na sua tumba diz:
    Rei Dario declara: Oh Rei, quem quer que sejas Tu, que venha a surgir após mim, proteja-se bem das mentiras. Não confie no homem que profere mentiras… Creia nisto e diga sempre a verdade às pessoas. Não o escondas. Se estas palavras não forem escondidas, mas se disser a verdade ao povo, que Ahura Mayda o proteja…
Existem outras três tumbas no local, que acredita-se serem dos reis persas Xerxes (485-465 A.C.), Artaxerxes I (465-424 A.C.) e Dario II (423-405 A.C.). Não há, no entanto, inscrições nestas tumbas que permitiriam ter certeza sobre suas identificações. Xerxes é o Assuero do livro de Ester , o rei que Ester se desposou. Esdras foi um escriba ( Esdras 7:6 ) e Neemias um mordomo ( Neemias 2:1 ) servindo a Artaxerxes I. Este autorizou tanto a Esdras quanto a Neemias a retornarem a Jerusalém: Esdras iria assumir assuntos religiosos e judiciais ( Esdras 7:12-26 ), e Neemias iria reconstruir os muros da cidade ( Neemias 2:1-9 ). Dario II pode ser o Dario mencionado em Neemias 12:22 , porém isto é ainda um pouco duvidoso.


fonte:christmas (texto adaptado)

JESUS NASCEU EM DEZEMBRO???

Jesus nasceu em 25 de Dezembro, ou ao menos em Dezembro? Embora não seja impossível, parece improvável. A Bíblia não especifica um dia ou mês. Um problema com Dezembro é que seria fora do comum que pastores estivessem "pastoreando nos campos" nesse frio período do ano, quando os campos ficavam improdutivos. A prática normal era manter os rebanhos nos campos da Primavera ao Outono. Além disso, o inverno seria um tempo especialmente difícil para Maria viajar grávida pelo longo caminho de Nazaré a Belém (70 milhas).
"Um período mais provável seria em fins de Setembro, no tempo da Festa dos tabernáculos, quando uma viagem como essa era comumente admitida. Além do mais, crê-se (embora não seja certo) que o nascimento de Jesus foi próximo ao final de Setembro. A concepção de Cristo, contudo, pode ter ocorrido no final de Dezembro do ano anterior. Nossa celebração de Natal pode ser vista como uma honrada observação do 'Verbo que se fez carne' (João 1:14).
Jesus e Maria.
…É provável que esse maravilhoso anjo liderando as hostes celestiais em louvor, fosse Miguel, o arcanjo; essa ocasião foi posteriormente comemorada pela igreja primitiva como Miguelmas ('Miguel enviado'), em 29 de Setembro, a mesma data da Festa dos Tabernáculos. Seria no mínimo apropriado para Cristo ter nascido nessa data, porque foi em Seu nascimento que que 'o Verbo se fez carne e habitou (literalmente tabernaculou) entre nós' (João 1:14).
Isto significaria, então, que Sua concepção, não Seu nascimento, ocorreu no final de Dezembro. Além disso, pode perfeitamente ser que quando celebramos o nascimento de Cristo no chamado 'Natal', nós estejamos na verdade celebrando Sua concepção miraculosa, o tempo em que o Pai enviou o Filho ao mundo, no ventre da virgem. Esse, o mais obscuro período do ano, o período da festa pagã 'Saturnália', e o período em que o sol (a 'luz do mundo' física) está mais distante da Terra Santa - seria certamente um período apropriado para Deus enviar a 'luz do mundo' espiritual ao mundo, como o 'Salvador, que é Cristo o Senhor' (Lucas 2:11)" [Dr. Henry M. Morris, The Defender's Study Bible (notas de Lucas 2:8,13)].

(O Natal é uma celebração especial da ceia do Senhor - chamada de missa pela Igreja Católica Romana e de ceia pela maior parte das Igrejas Protestantes.)
  • Por que muitos cristãos celebram o Natal em 25 de Dezembro, se não foi nessa data que Cristo nasceu?
    Essa data foi escolhida pela Igreja Católica Romana. Devido ao domínio de Roma sobre o mundo "Cristão" por séculos, a data se tornou tradição por toda a cristandade..
    O significado original de 25 de Dezembro é que esse dia era um popular dia festivo de celebração do retorno do sol. Em 21 de Dezembro ocorre o solstício de inverno (o mais curto dia do ano e assim um dia chave no calendário), e 25 de Dezembro era o primeiro dia no qual os antigos podiam notar claramente que os dias estavam se tornando maiores e que a luz do sol estava retornando.
    Assim, por que 25 de Dezembro foi escolhido para lembrar o nascimento de Jesus Cristo com uma missa (ou ceia)? Como ninguém sabe o dia de Seu nascimento, a Igreja Católica se sentiu livre para escolher essa data. A Igreja queria substituir o festival pagão com um dia santo Cristão. O método se valia do fato de que é mais fácil tirar um festival mundano, mas tradicional, da população quando podemos substituí-lo com um bom festival. De outra forma, a Igreja teria deixado um vácuo onde antes havia uma tradição de longas datas, e se arriscado a produzir descontentamento na população e um rápido retorno à prática pagã.

Os vários equívocos acerca do nascimento de Cristo ilustram a necessidade de sempre testarmos tudo o que ouvimos contrário à Palavra de Deus, não importa qual seja a fonte da informação. A Bíblia é a autoridade decisiva.
A despeito de todos os erros humanos, os fatos verdadeiros sobre Jesus são mais maravilhosos do que palavras podem expressar. Ele verdadeiramente nasceu de uma virgem na cidade de Belém exatamente como profetizado anos e anos antes. Jesus foi concebido em Maria, não por homem, mas pelo Espírito Santo de Deus. Como o apóstolo João revela, Jesus existia antes da Criação do mundo (João 1). Ele é parte da Santa Trindade que conhecemos como Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). O Filho de Deus veio em forma de homem com um propósito - morrer como um sacrifício voluntário em pagamento pelos pecados da humanidade. Ele o fez para conceder salvação eterna como um dom gratuito a todo aquele que O aceitar e O seguir.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O SOFRIMENTO DO JUSTO

Um idoso pastor se encontrava gravemente enfermo na cama e sofria terríveis dores. Um jovem obreiro que o visitava desejou consolá-lo. Cheio das melhores intenções, falou: "Deus disciplina a quem ama!" Ao que o velho homem retrucou, cheio de dores: "Sim, mas agora, neste instante, eu desejaria que Deus amasse outra pessoa!"

Muitas vezes usamos frases feitas ou procuramos explicações para o sofrimento do próximo mas não chegamos ao fundo da questão. Sobre o sofrimento do Filho de Deus está escrito: "Por isso foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta" (Hb 13.12).

O inexplicável
sofrimento dos justos

O sofrimento de um justo não pode ser explicado, mas muitas e muitas vezes sua razão de ser foi interpretada de maneira incorreta. Muitos cristãos que estão sofrendo se preocupam demais em achar a "causa" de sua angústia e se esgotam de tanto questionar. Minha doença é castigo pelo meu pecado? Ou será que Deus quer me disciplinar, educar, purificar, transformar através do sofrimento, me preparar para Seu Reino e Sua glória? – É claro que existem castigos mandados por Deus, mas nem de longe todo o sofrimento físico ou emocional, toda derrota, fome ou tormento podem ser explicados dessa maneira. Quem recebeu a Jesus Cristo em sua vida por meio da fé não sofre por causa da ira de Deus ou por castigo, mas o sofrimento é uma provação e é igualmente um meio pedagógico que o Senhor usa na vida dos crentes (Hb 12.1-11; Rm 8.31-39). Mas não são raras as vezes em que o agir de Deus e a Sua direção em nossas vidas continuará sendo um mistério para nós, principalmente quando Ele manda sofrimento e tristeza.

Não queremos deixar passar despercebido o fato de que nem todo o sofrimento tem a amável correção do Senhor como alvo final. Existem sofrimentos que nascem do ódio satânico, e se os mesmos nos alcançam foi porque o Senhor o permitiu. Os sofrimentos de Jó, por exemplo, não vieram de Deus. Também não havia motivo para correção na vida desse homem, pois Jó vivia completamente dentro do que agradava ao Senhor e era irrepreensível, o que foi confirmado pelo próprio Senhor. Seus sofrimentos eram provocados pelo maligno (comp. Jó 1.1,6-19).

Os Salmos e Provérbios também falam do sofrimento do justo: "Muitas são as aflições do justo!" (Sl 34.19a; comp. também Pv 11.31). A Bíblia nos exorta a não considerarmos todo e qualquer sofrimento dos justos como conseqüência automática de culpa e pecado em suas vidas, pois com isso estaríamos condenando a maneira justa de viver dos retos de coração. Asafe orou: "Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência. Pois de contínuo sou afligido, e cada manhã castigado. Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos" (Sl 73.13-15). Também no Salmo 44 encontramos uma das muitas indicações da Palavra de Deus de que sofrimento nem sempre tem sua origem em pecado ou culpa diante de Deus e nem sempre é castigo por erros cometidos: "Tudo isso nos sobreveio, entretanto não nos esquecemos de ti, nem fomos infiéis à tua aliança. Não tornou atrás o nosso coração, nem se desviaram os nossos passos dos teus caminhos... Se tivéssemos esquecido o nome do nosso Deus ou tivéssemos estendido as mãos a deus estranho, porventura não o teria atinado Deus, ele que conhece os segredos dos corações? Mas, por amor a ti, somos entregues à morte continuamente, somos considerados como ovelhas para o matadouro" (vv. 17-18, 20-22). Mas todo esse sofrimento estava sob a permissão de Deus: "...para nos esmagares onde vivem os chacais, e nos envolveres com as sombras da morte... Pois a nossa alma está abatida até ao pó, e o nosso corpo como que pegado no chão. Levanta-te para socorrer-nos, e resgata-nos por amor da tua benignidade (vv. 19,25-26)."

Antes que eu mencione o testemunho do irmão Lee, da Coréia do Sul, perguntemo-nos: todos esses sofrimentos foram resultado de pecado na vida desse irmão? Ele conta:

Eu tinha 18 anos de idade quando os norte-coreanos invadiram a Coréia do Sul. Presenciei quando 7.000 cristãos foram mortos, inclusive meu pai e minha irmã. Durante três dias minha irmã ficou pendurada de cabeça para baixo em uma corda. No terceiro dia, ela estava quase desacordada. Todos os dias os comunistas nos levavam para fora para que pudéssemos ver como eram tratados os cristãos presos. Todos tínhamos sido presos e interrogados: "Você é cristão?" Naquela época minha irmã tinha 22 anos de idade. E naquele dia em que fui obrigado a ficar na sua frente, ela me reconheceu. Sangue já escorria de sua cabeça. Me senti impotente diante dela, pois estava amarrado. Mas ela cantava num sussuro: "Em Jesus amigo temos..." e "Mais perto quero estar, meu Deus de Ti..." E foi dessa maneira que ela morreu, mas sua morte vitoriosa deixou uma profunda impressão em minha vida. – Uma semana depois meu velho pai de 72 anos foi executado. Ele foi queimado vivo, depois de ter passado fome por um mês. Jogaram-no em uma cova, cobriram-no com querosene e tocaram fogo. Antes de perder os sentidos, gritou com suas últimas forças: "Você tem de acabar o que eu não consegui levar até o fim!" Então levantou suas mãos e orou: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem!"

Esses dois acontecimentos deixaram marcas em toda a minha vida futura, marcas que nunca mais puderam ser apagadas. Não posso descrever os sofrimentos que tive que passar. Durante um mês inteiro meus carrascos me espancaram, queimaram e quebraram meus ossos. Quando eles finalmente acharam que eu estava morto, jogaram-me em um pântano. Fiquei oito dias inconsciente no meio de cadáveres. Os ratos passavam por cima de nós e o sofrimento era infernal. Mas nessa hora eu entreguei minha vida ao Senhor Jesus. Reconheci o que significa na vida de uma pessoa um relacionamento pessoal com Jesus: no mais profundo sofrimento pode nascer a alegria da fé!

Os terríveis sofrimentos e a angústia de sua irmã e de seu pai e seus próprios sofrimentos contribuíram para que o Dr. Lee chegasse a crer no Senhor Jesus Cristo – que maravilhoso fruto de sofrimento por amor ao Senhor!

Será que você anda encurvado sob o fardo de sofrimentos e pressões do dia-a-dia que pesa sobre os seus ombros? Você se angustia com problemas e infortúnio? Você sofre por fracassos, decepções, esperanças frustradas? Ou você sofre por amor a Cristo? Existe uma cruz pesada sobre sua vida, cruz que você tem de carregar?

Qual é a causa do sofrimento, se não é o pecado?

Sofrimento por amor a Jesus. Foi dito ao apóstolo Paulo que ele iria sofrer muito por amor a Jesus (At 9.16). O Senhor o usou de modo extraordinário como instrumento muito útil, mas os sofrimentos de Paulo foram igualmente extraordinários. Os profundos sofrimentos por amor a Jesus faziam parte de sua elevada vocação.

Sofrimentos por amor a Jesus não são motivo de tristeza, mas de alegria: "... alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando" (1 Pe 4.13). E sofrer pelo Evangelho é um tipo de sofrimento por amor a Jesus (2 Tm 1.8), assim como sofrimentos por praticar o bem (1 Pe 2.20), sofrimentos por causa da justiça (Mt 5.10) e os sofrimentos como servos de Deus (2 Co 6.4 ss.).

Sofrimentos por amor aos outros (à Igreja). É isso o que nos relata Colossenses 1.24: "Agora me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja." Sofrimentos suportados com paciência por um cristão servem de exemplo e testemunho para toda a Igreja, pois é nisso que o caráter de Jesus mais se reflete. E é por isso que as pessoas mais santificadas têm de sofrer mais, por estarem muito próximas do Senhor e por terem condições de suportar o sofrimento. Epafrodito, cooperador de Paulo, ficou gravemente enfermo por causa da obra do Senhor e por servir ao apóstolo por parte dos filipenses (comp. Fl 2.25-30).

Sofrimentos por testemunhar da fé para a glória do Senhor. Para provar isso quero citar novamente 1 Pedro 4.13: "...alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando." O salmista Asafe testemunha em meio ao seu sofrimento: "Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho, e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfalecem, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre... Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos"(Sl 73.23-26, 28).

Será que conseguimos imaginar o testemunho glorioso e elogiado que um servo de Deus que sofre por amor ao Senhor tem diante do mundo invisível dos anjos, quando se firma no Senhor e espera nEele em meio aos sofrimentos, e quando consegue dizer "Senhor, apesar de tudo eu quero ficar perto de Ti"? Como é grandioso e maravilhoso o reflexo desses sofrimentos na eternidade! Isso é mostrado em Romanos 8.18: "Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós."

O que devemos fazer no sofrimento?

Como é que a nossa alma consegue ficar consolada e quieta em tempos de angústia? Em tempos de sofrimento ninguém mais consegue ajudar aquele que sofre a não ser o Senhor. Isso o salmista também sabia, pois orava: "Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa... Pois tu és o Deus da minha fortaleza" (Sl 43.1a,2a). Jesus Cristo sofreu fora da porta – e, nesse sentido, cada um que sofre está sozinho com seus sofrimentos, sofre "fora da porta" como Jesus. O salmista também tinha reconhecido isso, e encomendou sua alma juntamente com toda a sua angústia ao fiel cuidado de Deus. Ele sabia que a ajuda real, a ajuda que traz resultados não pode vir de pessoas, mas única e exclusivamente do Deus vivo. E era a Deus que ele queria entregar seu sofrimento. Ele não foi obrigado a se deixar enlouquecer e inquietar pelos outros e por seus bons conselhos, mas foi capaz de se entregar plenamente à vontade divina, e de se sentir abrigado e seguro no Senhor.

Ficamos consolados e tranqüilos quando entregamos nossa angústia ao Senhor, quando nos aquietamos e esperamos nEele.

Dificilmente o sofrimento pode ser explicado humanamente, ele só pode ser compreendido de dentro do santuário. Por isso o salmista orou: "Por que me rejeitas? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos? Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte, e aos teus tabernáculos. Então irei ao altar de Deus, de Deus que é a minha grande alegria; ao som da harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu. Por que estás abatida, ó minha alma? por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu" (Sl 43.2b-5). O coração do salmista estava repleto de porquês. Ele não conseguia entender o porquê de seus sofrimentos; mas parece que, de repente, ele passou a entender, passou a não mais precisar de uma resposta para suas muitas perguntas – mas precisava somente de uma profunda comunhão com seu Deus no santuário (vv. 3b-4a). Essa foi a solução. Foi dessa maneira que sua alma conseguiu ficar quieta e consolada e cheia de gratidão para com o Senhor apesar do sofrimento pelo qual estava passando (vv. 4b-5). Nem sempre existe uma resposta, mas sempre existe consolo e luz na escuridão de nossa alma quando nos achegamos ao Senhor, quando entramos no santuário. E é por isso que filhos de Deus santificados conseguem dizer: "O Senhor está tão perto de mim!" Para o salmista passou a ser secundário conhecer ou não a causa de seus sofrimentos. Para ele passou a ser prioridade saber que era Deus que conduzia sua vida, passou a ser prioridade andar na luz do Senhor, andar na verdade do Senhor e ser dirigido pelo Senhor para alcançar seu alvo de vida.

Asafe estava cheio de dúvidas e questionamentos. Parecia-lhe que o sofrimento ela algo sem lógica, algo incompreensível e absurdo. Ele não era capaz de entendê-lo nem explicá-lo: "Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus..." (Sl 73.16-17). No santuário nem sempre recebemos a explicação para o porquê de nossos sofrimentos, mas em compensação recebemos consolo, recebemos fortalecimento e uma profunda paz. Até um homem como Elias chegou ao ponto de se sentir desesperado e questionava o motivo de tanto sofrimento. Ele não recebeu uma resposta para suas perguntas, mas recebeu comida e bebida para sua longa jornada em busca de um novo encontro com o Senhor. João Batista foi tomado de dúvidas quando estava no cárcere. E ele também não recebeu resposta ao porquê de seus sofrimentos, dúvida que certamente ocupava sua mente. Mas ele recebeu a palavra do Senhor: "...bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço" (Mt 11.6).

Agora me dirijo a você, especialmente a você que tem sofrimento e dor em sua vida, que passa por angústias e enfermidades – você não quer simplesmente entrar no santuário para receber ali o consolo que vem de Deus? Em pouco tempo se cumprirá em sua vida o que o Senhor glorificado diz no último livro da Bíblia: "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as cousas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras... O vencedor herdará estas cousas, e eu lhe serei Deus e ele me será filho" (Ap 21.4-5,7). (Norbert Lieth)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

QUANDO JESUS VOLTARÁ???

Sinais da Vinda de Jesus ...

 

Muitas são as promessas registradas na Bíblia, mas com toda segurança, a mais lembrada e esperada nos últimos dois mil anos pelos cristãos do mundo inteiro é a seguinte:

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver estejais vós também" (João 14:1-3).


Jesus Cristo, depois de sua morte e ressurreição, subiu aos céus prometendo que voltaria para destruir a maldade e instaurar seu reino onde a paz e a felicidade eternas serão estabelecidas. Será possível conhecer a data deste evento? O próprio Jesus responde:

"Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai... Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis"(Mateus 24:36,43,44).


É por esta razão que não devemos nos deter em especulações quanto às datas, que Deus não revelou. Jesus nos disse que vigiemos, mas sem fixar uma data definida. Não podemos nos assegurar que Jesus regressará dentro de um, dois ou cinco anos, nem tampouco devemos atrasar sua vinda dizendo que talvez não se produza nem em dez, nem em vinte anos.

Contudo é claro que nenhum ser humano sabe o momento exato da vinda de cristo, Deus o sabe e não permitira que este acontecimento chegue sem aviso para aqueles que o estejam esperando:

"Porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite. Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como ladrão"(1 Tessalonicenses 5:2-4).


Por quê razão este grupo não permanece em trevas? O que lhes permite conhecer o que o resto do mundo ignora?

"E temos, mui firme, a palavra dos profetas, a qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro..." (2 Pedro 1:19).


Segundo o ensinado pelo Senhor Jesus Cristo, estar atento à palavra dos profetas é o que nos permitirá conhecer quão perto se encontra o dia de seu segundo advento:

"Aprendei, pois, esta parábola da figueira: quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, às portas" (Mateus 24:32-33).


Que coisas? Há aproximadamente dois mil anos os discípulos preocupados com este mesmo assunto consultaram a seu mestre, que lhe revelou as mais importantes. Esta conversa está registrada na Bíblia para nosso conhecimento.

"E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é necessário que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores" (Mateus 24 3-8).


Se você gosta de estar em dia com as notícias certamente verá nesta declaração de Jesus Cristo, uma impressionante descrição do que está acontecendo agora mesmo no mundo. É muito provável, que nos jornais que você tem lido durante esta ano, tenha encontrado informações de guerras, terremotos, tsunamis e dos milhares de mortos e feridos deixados por eles; atividades vulcânicas, epidemias, falta de alimentos em algumas áreas do globo terrestre - pessoas vivendo em miséria absoluta, corrupção, aumento dos atos de crueldade como estupros e assassinatos; poderá ler também sobre a crise econômica mundial e do aumento da taxa de desemprego mundial. Poderá ler também sobre o aumento do espiritismo e as incríveis manifestações e mensagens enviados por eles, além de algumas pessoas que dizem ser o Cristo.

Apesar do incrível cumprimento das palavras de Cristo, devemos levar em conta que embora elas anunciem que Ele vem, estes sinais não são os últimos nem os definitivos. Se você ler esta passagem com cuidado notará que Jesus Cristo disse: "mas ainda não é o fim" e "tudo isto é só o princípios das dores". Isto mostra que ainda faltam algumas coisas por vir, quais são? Leia com atenção a continuação do sermão pregado pelo Senhor Jesus aos discípulos:

"Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim" (Mateus 24:9-14).


Observe a diferença da primeira parte de seu sermão, neste trecho Jesus faz alusão direta aos eventos que devem acontecer pouco antes do fim do tempo, pois termina com as palavras "e então vira o fim". Resumamos estes eventos:

O povo de Deus será entregue à tribulação. Se levantará um ódio generalizado contra eles e lhes perseguirão até a morte.

Os homens odiarão uns aos outros, a maldade multiplicará e o amor de muitos se esfriará.

Falsos profetas se levantarão e enganarão a muitos.

O evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações.

Embora muitos intérpretes citem estes quatros pontos como se tratassem de fatos isolados, o contexto mostra que eles na realidade, fazem parte de uma mesma profecia, pois o ódio e o desamor dos habitantes da terra, somados à obra dos falsos profetas darão como resultado a perseguição e morte daqueles que se levantam para pregar o evangelho do Reino de Deus. Esta conclusão é completamente confirmada por Jesus no livro de Apocalipse:

Advertência: O que é descrito na passagem seguinte não é literal em todos os seus aspectos. Apenas mostra, por meio de símbolos, os personagens e os eventos implicados no grande conflito que se desencadeará antes da vinda de Cristo.

"E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu! Caiu babilônia, aquela grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição! E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome. Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. E ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam. E olhei, e eis uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro e, na mão, uma foice aguda. E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e sega! É já vinda a hora de segar, porque a seara da terra está madura! E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada" (Apocalipse 14:6-16).


Note que esta passagem de Apocalipse menciona os mesmos elementos de Mateus 24 com uma semelhança impressionante. Comparemos em detalhes as duas passagens:

Mateus 24:9 diz: "então os entregarão à tribulação, os matarão, e sereis odiados por todos por causa do meu nome" e Apocalipse 14: 12,13. Refere-se aos que tem a fé de Jesus. "Aqui está a paciência dos santos... Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor". A causa de sua morte tem relação direta com a adoração da "imagem" do versículo 9, pois segundo Apocalipse 13:15 a esta haveria de permitir que falasse e fizesse matar a todo o que não a adorasse.

Mateus 24:9,12 assegura que para esta época se haverá "multiplicado a iniqüidade" e que o povo de Deus será odiado por "todos". Apocalipse 14:9 fala da "besta", a qual aparece em Apocalipse 13:6-8 "blasfemando contra Deus" e fazendo "guerra contra os santos". E embora pareça inacreditável, "todos os habitantes da terra" chegarão a estar de acordo com ela (vs. 8).

Mateus 24:11 diz que "muitos falsos profetas se levantarão e enganarão a muitos." Apocalipse 14:9 fala acerca da imposição da "marca da besta" e da adoração dela "e a sua imagem" fatos que terão sua origem na obra do falso profeta: "... o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem"(Apocalipse 19:20).

Mateus 24:13 diz que "o que perseverar até o fim será salvo". Apocalipse 14:12, falando do povo de Deus diz: "Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus".

Mateus 24:14 falando da pregação da última mensagem de misericórdia, diz: "E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo". Apocalipse 14:6 diz: "... e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo e língua, e povo".

Mateus 24:14 diz que imediatamente depois de pregar-se o Evangelho a todas as nações "virá o fim". Apocalipse 14:16 apresenta esta mesma verdade ao dizer "... e a terra foi segada"; pois o Senhor Jesus ensinou em Mateus 13:39 que "a ceifa é o fim do mundo".

Todo o anterior confirma que Apocalipse é, em si mesmo uma extraordinária ampliação dos eventos expostos pelo Senhor Jesus em Mateus 24:9-14 e que na realidade são uma mesma profecia, por meio da qual podemos saber com exatidão quão perto ou quão distante se encontra o "fim do mundo".

É importante ressaltar que apesar da vinda de Jesus estar muito perto, ainda não está "às portas". Somente quando o mundo inteiro se unir contra o povo de Deus, quando se decrete a morte sobre os que se negam prestar adoração a besta e a sua imagem (lembre que são símbolos), poderemos saber com certeza que a vinda de Cristo é iminente.

Amigo leitor, não permita que seu coração se angustie e desanime com o que diz esta profecia. É certo que os que se neguem a adorar a besta e a sua imagem serão perseguidos até as últimas conseqüências, mas também é certo que Deus é nosso Pai, nos ama e não nos deixará sozinhos na prova:

"Dizei aos turbados de coração: Esforçai-vos e não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; Ele virá e vos salvará." (Isaías 35:4).

Ainda se necessário fosse dar a vida por causa da pregação do evangelho, ou se nosso corpo sofresse dor, e aflição nosso coração, tão pouco devemos temer, pois se cultivamos nossa amizade com Jesus e fazemos dele o centro de nossas vidas, finalmente venceremos:

"Porque qualquer um que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho esse a salvará" (Marcos 8:35).


"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu nisso?" (João 11:25,26).


E independente do que venha ocorrer conosco, devemos responder como os Amigos de Daniel responderam, quando mesmo com ameaças de morte eles se recusaram a se ajoalharem diante da estátua de ouro de Nabucodonozor

"Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste." (Daniel 3:17-18)


A Bíblia nos diz, também, que não será necessário que todos os filhos de Deus percam a vida, pois haverá um grande número deles que serão protegidos durante este tempo e verão Cristo voltar sem terem conhecido a morte. O apóstolo Paulo descreve esta verdade de modo que nos anima a colocar nossa esperança no glorioso destino que espera aos que permaneçam firmes e constantes:

"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1 Tessalonicenses 4:16-18).


Os personagens que intervirão no conflito final já estão presentes e apenas esperam a oportunidade para tomar seu papel no último grande drama da história deste mundo. É importante que todo aquele que crê na palavra bíblica como única regra de fé e prática, investigue com diligência a quê ou a quem se referia Jesus Cristo nas passagens proféticas de Mateus 24 e Apocalipse.

*texto adaptado

QUAL O SINAL DE CAIM?E COM QUEM SE CASOU?

Caim foi o primeiro bebê deste mundo. Deve ter sido muito lindo, forte e sadio. Talvez sua mãe, Eva, tenha até imaginado que ele pudesse ser o Messias prometido, Aquele que esmagaria a cabeça de Satanás, simbolizado pela serpente. Mal sabia ela que segurava em seus bra­ços o primeiro assassino, aquele que, por ciúme, mata­ria seu irmão, o piedoso e justo Abel. Chamado a se ex­plicar diante de Deus, declarou cinicamente: "Acaso sou eu tutor de meu irmão?" (Gn 4:9).

O relato bíblico afirma que Caim estava com medo de morrer devido a seu crime (Gn 4:14). Isso poderia aconte­cer pelas mãos de algum "vingador do sangue", que pode­ria ser Adão mesmo ou qualquer um de seus outros irmãos (veja, em Gn 5:4, que ele teve outros irmãos e i rmãs). Então, Deus pôs nele um sinal, "para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse" (Gn 4:15). A palavra "sinal", no original, é "ôt, e significa "sinal", "marca", "emblema", "símbolo". Essa palavra aparece também em Gênesis 9:12 e 13, com respeito ao arco-íris, sinal divino de que a Terra não mais seria destruída por outro dilúvio. No entanto, apenas pelo significado dessa palavra hebraica não se pode saber qual teria sido o sinal posto em Caim.

"Alguns comentaristas têm interpretado este sinal como uma marca externa, posta em Caim, ao passo que outros interpretam o sinal como sendo a promessa di­vina de que nada poria em risco a vida de Caim. De toda maneira, não era um sinal de perdão, mas tão-somente de proteção temporal" (E D. Nichol, Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, v. 1, p. 254).

R.N. Champlin (em O Antigo Testamento Interpretado, v. 1, p. 47) lista diversas tentativas de explicação para esse sinal, algumas até risíveis:

1. Caim teria se tornado negro e foi o pai das pessoas de pele escura. Essa é uma hipótese nitidamente racista. Na verdade, os negros se originaram com um dos filhos de Noé - Cam;

2. Ele teria recebido uma espécie de tatuagem;

3. O nome de Deus, Yahweh, teria sido estampado na testa dele;

4. O nome "Caim, o fratricida", teria sido escrito em sua testa;

5. Deus teria tornado Caim invencível - não podia ser queimado, afogado, nem ferido à espada;

6. Uma luz, como o círculo do Sol, o acompanhava por onde quer que ele fosse.

Como se pode ver, nenhuma dessas explicações sa­tisfaz a curiosidade em relação àquele sinal. Contudo, o mais importante não é o sinal em si, mas a razão pela qual Deus o pôs em Caim: foi para que ele tivesse tempo de se arrepender. Percebe o grande amor de Deus pelo pri­meiro homicida? Pena que Caim não tenha aproveitado sua longa vida (talvez perto dos mil anos, como muitos dos seus parentes antediluvianos) para se arrepender, desprezando o oferecimento divino de salvação.

Sobre o casamento de Caim, deve-se dizer que as in­formações são bem escassas. Sabemos apenas que ele se retirou "da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden" (Gn 4:16) e, nesse lugar, "coabi­tou com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque" (4:17). "Coabitar", nesse verso, é ter relações sexuais.

Como Caim teria conseguido mulher na terra de Node, uma vez que, segundo a Bíblia, Adão e Eva forma­ram o casal que iniciou o povoamento da Terra? Perceba que o relato bíblico diz apenas que, em Node, Caim teve relações sexuais com sua mulher. Com certeza, já era ca­sado com uma de suas irmãs ou sobrinhas, antes de fu­gir da presença do Senhor (em Gn 5:4 é dito que Adão teve outros filhos e filhas).

No início da história da Terra, não havia problemas com casamentos tão próximos, o que não é o caso hoje, devido às tendências degenerativas no ser humano. Note que Abraão era casado com Sara, sua irmã por parte de pai (Gn 20:12), e Moisés era filho de um casamento entre tia e sobrinho (a mãe dele era tia do marido, conforme Êxodo 6:20). Casamentos com parentes tão próximos fo­ram proibidos por Deus ainda nos dias de Moisés (ver Levítico 18:9-14).

Algumas lições podem ser tiradas da vida de Caim:

(1) ira mal resolvida pode levar ao ódio, e este ao assas­sinato,

(2) Deus não nos rejeita quando praticamos um ato mau, mas nos dá oportunidade para que nos arre­pendamos, sejamos perdoados e salvos,

(3) a piedade e religiosidade dos pais não são automaticamente trans­feridas aos filhos. Com certeza, ajudam no desenvolvi­mento de um bom caráter, mas o fator decisivo é a to­mada de decisões por parte de cada filho, "pois cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus" (Rm 14:12).

É A MENTIRA JUSTIFICÁVEL EM ALGUMAS SITUAÇÕES??



Teria Deus aceitado o emprego da mentira, como no caso de Raabe (Js 2:3-7) e até orientado o profeta Samuel a mentir ( I Sm 16:1-4)?


Para início de discussão, deve-se dizer que a Bíblia não apoia o emprego da mentira em nenhuma situação; ao contrário, credita-a ao diabo: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8:44).

Ora, visto que Deus não apoia nenhuma espécie de mentira, como entender a mentira de Raabe e a instrução divina a Samuel para que ele omitisse o objetivo maior de sua visita a Belém?

Analisemos a mentira de Raabe, relatada em Josué 2:3-7: ”Mandou, pois, o rei de Jericó dizer a Raabe: Faze sair os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. A mulher, porém, havia tomado e escondido os dois homens; e disse: É verdade que os dois homens vieram a mim , porém eu não sabia donde eram. Havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, eles saíram; não sei para onde foram; ide após eles depressa, porque os alcançareis. Ela, porém, os fizera subir ao eirado e os escondera entre as canas do linho que havia disposto em ordem no eirado. Foram-se aqueles homens após os espias pelo caminho que dá aos vaus do Jordão; e, havendo saído os que iam após eles, fechou-se a porta .”

É claro que Raabe sabia quem eram aqueles dois espias, conforme suas próprias palavras em 2:8-13. Então, como fica sua evidente mentira, mesmo que fosse para salvar sua própria vida e a dos dois israelitas? O fato de sua mentira ser mencionada na Bíblia é uma indicação de que Deus a teria aprovado?

Primeiramente, devemos nos lembrar de quem era Raabe. Era uma cananeia, prostituta e adoradora de ídolos. Não devemos, pois, cobrar dela mais do que poderia dar. Ou seja, não devemos julgá-la à luz do conhecimento que Israel tinha de Deus e do que era certo ou errado. Ela agiu como uma típica pagã teria agido. “Para um cristão, uma mentira nunca pode ser justificada, porém para uma pessoa como Raabe a luz vem gradualmente. ‘Deus não leva em conta os tempos da ignorância ( At 17:30). Deus aceita o que é sincera e honestamente praticado, mesmo quando misturado com fragilidade e ignorância. Deus nos aceita como somos, porém devemos “crescer na graça” (2Pe 3:18)” (SDABC, v. 2, p. 183).

Assim, vê-se que a Bíblia apenas menciona a mentira de Raabe, sem, contudo, endossá-la ou apoiá-l a. O certo é que Raabe deve ter feito mudanças em sua maneira de agir ao se casar com Naasom, um príncipe da tribo de Judá ( Mt 1:5), tornando-se, assim, ancestral de Cristo. Uma vez que ela figura na galeria dos heróis da fé ( Hb 11:31), com certeza, deixou de lado o uso da mentira.

O caso de Samuel é mais difícil de entender do que o de Raabe, que era uma pagã. Samuel era israelita e também profeta de Deus. Como, pois, entender a instrução divina a ele, relatada em 1 Samuel 16:1-4?: “Disse o Senhor a Samuel: Até quando terás pena de Saul, havendo-o Eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque, dentre os seus filhos, Me provi de um rei. Disse Samuel: Como irei eu? Pois Saul o saberá e me matará. Então, disse o Senhor: Toma contigo um novilho e dize: Vim para sacrificar ao Senhor. Convidarás Jessé para o sacrifício; Eu te mostrarei o que hás de fazer, e ungir-Me-ás a quem eu te designar. Fez, pois, Samuel o que dissera o Senhor e veio a Belém. Saíram lhe ao encontro os anciãos da cidade, tremendo, e perguntaram: É de paz a tua vinda?”

Esse é um caso de “informação incompleta”, ou seja, Samuel não devia dizer naquele momento tudo sobre sua visita a Belém, visto que o rei Saul poderia matá-lo e também aquele que seria ungido (no caso, Davi) e quem sabe até toda a família de seu pai, Jessé.

Ao dizer para os anciãos de Belém: “Vim para sacrificar ao Senhor”, Samuel não estava mentindo, pois havia ido até Belém também para isso. Só que, naquele momento, não devia revelar o objetivo maior de sua visita, que era ungir um novo rei. “Não era do interesse público que a unção de Davi fosse conhecida naquele momento” (Ibid., p. 529).

Em qualquer situação, e em especial as de risco, deve o cristão seguir o conselho de Cristo: “Eis que Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt 10:16). Imagine um cristão com um carregamento de Bíblias tentando entrar num país em que o cristianismo é proibido. Ao ser perguntado por um guarda da alfândega sobre o que está levando, seria prudente dar todos os detalhes do conteúdo das caixas, dizendo trata r- se de Bíblias, incluindo o tipo de versão, se em brochura ou encadernadas, a cor, tamanho, etc, ou bastaria dizer que está levando livros? Agora, se lhe fosse perguntado se o que estava levando eram Bíblias, então deveria dizer que sim, que eram Bíblias. Ou seja, não deveria dizer mais do que lhe fosse perguntado.

Vivemos em dias de muita falta de honestidade e veracidade. Deus espera que cada seguidor Seu diga sempre a verdade, mas com a prudência orientada pelo Espírito Santo.